Nos dias de hoje, questões relacionadas com o meio ambiente e com os aspectos sociais e econômicos interferem na percepção da oportunidade dos investimentos e, consequentemente, na decisão de investir do indivíduo, uma vez que fatores de risco ambientais, sociais ou econômicos podem afetar, no longo prazo, a qualidade dos investimentos.
Por exemplo, no caso de um investimento, baseado em um edifício comercial situado próximo a uma área em que há conflitos sociais ou problemas ambientais, tal ativo pode ter seu valor ou a sua capacidade de geração de renda prejudicados por questões relacionadas à violência e à falta de segurança na região ou pela possibilidade de ocorrer inundações no local ou de existir agentes poluidores do ar que prejudicam a saúde ou qualidade do ambiente interno ou externo.
Logo, é importante atentar para os aspectos relacionados à sustentabilidade do ativo e do seu entorno, que deve ser a base para a geração de renda ou uso próprio do imóvel. Realizar investimentos em áreas com melhor qualidade ambiental e que podem proporcionar uma melhor qualidade de vida às comunidades que a envolvem tendem a se valorizar ou ao menos apresentar mais resistência à obsolescência e, por conseguinte, menos riscos para os investimentos.
As pessoas, instintivamente, sentem satisfação, prazer e felicidade quando estão mais próximas de locais com áreas verdes, rios, terras férteis, clima ameno, segurança e outros aspectos que trazem condições mais favoráveis à preservação da vida ou dão mais sustentabilidade à vida ao longo do tempo. Por este motivo estão, em muitos casos, dispostas a pagar mais por isto.
Logo, investimentos de base imobiliária mais sustentáveis necessitam de uma construção, que busca atender às necessidades e aspirações de seus usuários e stakeholders, sem com isso agredir a sociedade ou o planeta. Isto pode ser feito por meio do uso racional dos espaços, do uso eficiente e equilibrado dos recursos naturais, da maximização do uso dos recursos econômicos e financeiros, no conjunto dos ciclos de concepção, implantação, uso, atualização e demolição, com o objetivo de não prejudicar a qualidade de vida das gerações futuras e a sobrevivência do planeta.
Contemplar aspectos de sustentabilidade na conceituação, implementação, operação e gestão dos ativos capazes de gerar renda podem melhorar a imagem e os custos de operação e gestão dos ativos, podendo gerar mais renda para seus investidores e/ou um retorno do investimento maior para seus originadores, além de poder evitar uma obsolescência prematura do ativo, com riscos de perda.